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Chacina do Rangel completa 5 anos hoje; sobreviventes ainda tentam reconstruir suas vidas

"Chacina do Rangel" completa 5 anos hoje (Foto: Felipe Gesteira)
O ofício de trabalhar como gesseiro escolhido por um jovem de 19 anos é mais do que a escolha de uma profissão, é uma reverência ao pai. Sobrevivente da 'Chacina do Rangel', como ficou conhecido o crime em que foram assassinadas cinco pessoas da mesma família, o jovem precisou de terapia e força de vontade para tentar amenizar as lembranças da noite do dia 9 de julho de 2009. Aquele dia, há exatos cinco anos, marcou definitivamente o endereço da antiga casa simples, localizada no bairro do Rangel, em João Pessoa, onde hoje existe uma quadra para recreação das crianças do bairro. 

Após a conclusão das investigações, os autores do crime, Carlos José dos Santos e Edileuza Oliveira, foram condenados, em 2010, a 116 e 120 anos de prisão, respectivamente, e devem passar 30 anos presos, limite máximo de pena permitido pela legislação brasileira, sem direito a progressão ao regime semi-aberto por causa do total da pena a que foram condenados. Os dois eram vizinhos das vítimas e resolveram se vingar por conta de uma discussão entre crianças iniciada por causa de uma galinha. 

Garoto sobrevivente da Chacina temmarca dos golpes de facão no rosto
Ao lado do irmão de 12 anos, o jovem de 19 anos reconstruiu o núcleo familiar com uma tia que os adotou. Na época ainda adolescente, o filho mais velho do casal percebeu quando a casa foi invadida por um casal vizinho e escondido debaixo da cama viu seu pai, Moisés Soares Filho, três irmãos e a mãe, Divanise Lima dos Santos, grávida de gêmeos, serem assassinados e partes dos corpos serem espalhadas. 

Durante quase quatro anos, os dois sobreviventes passaram por acompanhamento psicológico na Clínica Escola do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê, no bairro de Água Fria, em João Pessoa. A tia conta que o mais velho chorava muito e a terapia ajudou a enfrentar a dor, o trauma e a saudade. “No começo foi muito difícil para eles. Aos poucos foram superando a tristeza. Só o mais velho que, às vezes, chora muito lembrando de tudo que ele viu”, disse a tia. No entanto, segundo a assessoria do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê, o acompanhamento feito na Clínica-Escola de Psicologia foi suspenso por motivos pessoais dos pacientes. “A Clínica-Escola informou ainda que está à disposição para atendê-los, caso queiram retomar o acompanhamento psicológico”, frisou.

Gerlândia Carvalho, coordenadora do Cras do Rangel, explicou que, devido o caso ter se tornado sigiloso, o poder público municipal perdeu o contato com as vítimas. “Eles recebiam Bolsa Família e eram acompanhados pelo Cras, mas com a mudança de bairro não houve acompanhamento. O que a gente soube foi através de relatos de vizinhos sobre os destinos dos filhos do casal morto”, frisou. 

Relembre o caso 
Carlos José e Edileuza foram condenados
Na noite do dia 9 de julho de 2009, a residência do casal Moisés Soares Filho e Divanise Lima dos Santos, no bairro do Rangel, em João Pessoa, foi invadida por Carlos José dos Santos e Edileuza Oliveira, vizinhos que resolveram se vingar do casal por conta de uma discussão entre os filhos deles. A motivação da briga entre as crianças e, consequentemente da chacina, teria sido a disputa por uma galinha.

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